
Após o duvidoso Residen Evil 5, o elogiado Revelations e o desastroso Operation Raccoon City, os fãs da série de survival horror da Capcom colocam todas suas esperanças em Resident Evil 6, que será lançado no final desse ano. Após jogar a demonstração, ficamos preocupados.
Durante a E3, tivemos uma impressão negativa de Resident Evil 6. O trailer mostrado na conferência da Microsoft pareceu feio perto de outros como Halo 4 e Tomb Raider. Ainda na feira, tivemos a oportunidade de jogar um pouco da mesma demonstração liberada antes para quem comprou Dragon’s Dogma, também da Capcom. Jogando com mais calma, nossas preocupações se confirmaram: tememos que Resident Evil 6 possa ser um grande tiro no pé da produtora japonesa.
A história será dividida em três caminhos principais, cada um deles liderados por um personagem e um acompanhante: Leon, Chris e o estreante Jake, filho do eterno vilão Albert Wesker.

A demo possui um pequeno trecho da história de cada personagem. Nossa primeira experiência foi com Leon, protagonista do excelente Resident Evil 4. A cena começa com o presidente dos Estados Unidos, Adam Benford, se transformando em zumbi. Leon precisa dar cabo de seu antigo amigo. Em um cenário com ambientação muito parecida com a mansão do primeiro Resident Evil, caminhamos com cautela por cada corredor escuro. O clima de tensão foi muito bom. Os zumbis, para nossa alegria, eram como os clássicos, bem lentos e sempre andando em bandos. Ao final da demonstração de Leon, ficamos empolgados. Ela conseguiu resgatar a essência da série, mas com comandos e tecnologias de um jogo moderno.
Mas nossa animação não durou muito. A demonstração no controle de Chris foi terrível. O protagonista de Resident Evil 5 mostrou que a Capcom está desesperada tentando agradar todos os públicos. Nossa primeira surpresa foi enfrentar inimigos mascarados (?) que usavam armas de fogo. Eles não eram zumbis como os que vimos na fase de Leon, e lembravam um pouco os inimigos de RE5. Alguns tinham braços enormes ou ganhavam asas. Em uma sequência de cenas de tiroteios completamente genéricos, a demonstração de Chris acabou e nos deixou uma péssima impressão.

O estreante Jake não mostrou ao que veio. Sua fase é basicamente uma luta contra um chefe à lá Nemesis, de Resident Evil 3. Um monstro enorme que persegue o personagem até chegar em um cenário bem grande repleto de barris vermelhos. Era fácil adivinhar que iríamos enfrentar uma típica batalha contra chefes da série. A luta em si não foi muito ruim, mas a sensação de que aquilo tudo não tinha muita necessidade ficou no ar após a demonstração acabar.
Após encerrar as três curtas demos, ficamos preocupados. A Capcom tentou adicionar tudo que deu certo – ou pelo menos o que ela achou que deu certo – nos jogos anteriores de uma só vez. Enquanto gostamos muito de jogar com Leon, a experiência completamente genérica com Chris desanimou.
O que mais nos incomodou foi a jogabilidade na hora dos tiroteios. O jogo não te devolve o impacto dos tiros, como se fossem feitos de festim. A sensação foi a mesma de em jogos como House of the Dead, onde não importa onde você atire ou quanto você atire – o resultado sempre será o mesmo. Até o efeito sonoro das armas deixou a desejar. Levando em consideração que RE6 está muito mais focado na ação – principalmente nas cenas com Chris – isso é extremamente alarmante.

Tentando agradar a todos, a nossa impressão é que a Capcom não conseguiu criar uma identidade única para Resident Evil 6. A história completa pode dar mais sentido às cenas desconexas que jogamos. Mas nossa preocupação vai muito além da desnecessidade de combater mutantes armados, e sim em como isso foi chato.
Esperamos uma experiência mais positiva com o jogo final, que será lançado em outubro desse ano para PC, Xbox 360 e PlayStation 3.